sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Festa Vick Ville

Perdera algo? Atualize-se quanto a história
Acabara de sair da festa, Vicky Ville. Fui convidada pela amiga da amiga que era minha colega também. Porém, o tédio me opusera a ideia de que realmente valia à pena estar ali. Sai. Nada como buscar um ar fresco no bosque. Aqueles ladrilhos somados às árvores enfeitando as calçadas me transpassavam um ar tranquilo que certamente eu precisava.
Ventava. Ventava muito por sinal. Não havia o menor indício de civilização. Sob a luz da lua, resolvi parar no cais que havia ali próximo. A princípio tive a ideia de que ele fora construído para mim. Banco ondulado, feito de madeira, ainda que há muito não passasse por qualquer tipo de manutenção, tinha lá sua beleza; a ponte metálica não muito extensa era perfeita para se amar.
Ao falar em amor, vos digo: vivo um romance perfeito. Ele é o melhor cara do mundo. Sei que não será qualquer coisa que nos separará.
Ele já me provou isso ao dizer coisas surpreendentes.
Disse a ele que viria até aqui por conta do tédio. Ele entendeu perfeitamente, e até ofereceu sua companhia, mas sabia que estava se divertindo, não seria justo estragar a diversão dele.
Passei cerca de meia hora a observar o rio calmo e sereno. O relógio já marcara mais de uma hora, tinha que voltar para festa para pegar meu namorado. Íamos embora juntos para minha casa, tendo em vista que eu a arrumei toda para o que seria nossa primeira noite juntos.
Acendi velas vermelhas cujo significava paixão, amor; o nosso amor. Eu estava muito ansiosa. Corri de volta para festa.
Ao chegar à casa da amiga da minha amiga, fui recepcionada por ela, a minha colega e dona da festa de maneira hostil.
- Espera só um segundinho... - Ela fechou a porta. Havia algo errado acontecendo.
- O que vocês estão fazendo com meu namorado? - Gritei diante a porta. Ela abriu uma pequena fresta, empurrei-a com toda raiva que meu sangue permitia. Tanto que a garota caiu ao chão. Mas eu nem me importara. Naquele instante, dei de cara com o que me parecia impossível.
- Como você pôde ter coragem? - Não chorei naquele momento. A ira não permitira.
Ele pulou de cima da minha ex-amiga, ou melhor, alguém que me referi como amiga, ou ainda melhor para mim uma puta! Com perdão do termo caro leitor (a).
Antes que dissesse qualquer coisa sussurrei palavrões que o pouparei de ler. Dei à costa, engoli a seco e sai rumo a minha casa. Por conta de chegar à residência e atirar as velas vermelhas da traição. Passada a fúria, escorei a parede e me deixei cair sentada ao chão em prantos, até adormecer ali mesmo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Restaurante Casablanka


Eu acabara de entrar no restaurante, sua tonalidade vermelha me chamara atenção, tapetes, almofadas em harmonia com a madeira cujo brilho invejava qualquer dono de restaurante.
Sabia que ela logo viria, então sentei na última mesa. Ao fundo tocava Norah Jones.
- Por favor, uísque. Dose de Black Label - O meu pedido não demorou a chegar, em contrapartida, olhava o relógio a cada segundo, ansiedade tomava conta, afinal era hoje que eu iria pedi-la em casamento.
Depois da nonagésima vez que meus olhos encontraram os ponteiros ela adentrou a porta do restaurante. Tão elegante que meus olhos brilhavam. Por um instante ela buscou-me sem êxito e, ao meu aceno discreto com o braço, não hesitou e viera em minha direção. Sentou-se com um ar de preocupada.
- O que houve? - Ela estava agitada, olhava em todas as direções possíveis e cabíveis exceto ao meu afronto. Peguei em suas mãos e questionei novamente:
- O que há? - No mesmo instante ela dissera:
- Não deveria estar aqui. Vim porque ainda gosto de você, mas não como antes - eu diria que até Norah Jones se calou ao meu redor. Tudo na verdade havia se calado exceto meu coração que bombeava sangue a torta e a direita. O silêncio se instalou até ela interrompê-lo.
- Desculpa...
Não me contive, peguei o anel guardado em uma caixinha à lá decoração que outrora me chamara atenção. Apenas depositei em cima da mesa, engoli a seco, levantei e sai em direção do que nem eu sabia, sem sequer olhar para trás. Norah Jones voltara a cantar, todos voltavam a falar a minha volta.
Sem saber para aonde ir, acabei por parar no banheiro do restaurante, rezando e desejando para que quando eu voltasse, ela não estivesse lá. E não mais estava.
Por instantes fiquei só. Ainda que na companhia de Norah Jones e de Johnnie Walker.
Era hora de viajar. Ir a outro centro.