sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Última Xícara



Com minha velha xícara de café via você, minha pequena. Mas, as rugas que em mim não via naquele instante me fizeram repensar se deveria falar-lhe. Resolvi escrever a ti, porém pensei: "Estou louco, dado à solidão"
Rasguei o guardanapo e amassei-o já que de nada mais me serviria, a não ser limpar tais lábios incrédulos.
Olhei de um lado ao outro na busca de fugir a vista míope que para ti olhavam incansavelmente naquelas tardes cuja minha única companheira - citada acima - nem sequer me ouvia ou falava.
Não obstante, de tantos não que um dia já recebi por que esse seria diferente dos outros? Em outrora só queríamos o que não queríamos, concedida e entregues a incerteza. Dessa vez, em você encontrei minha paz.
QUE ABRAM-SE AS CORTINAS DA VIDA ENTÃO!
Voltei ao restaurante e outro guardanapo apanhei, tendo em vista que eu já perdera uma vida que ao seu lado eu poderia ter, mas vejo agora que nunca é tarde para viver um amor.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Algumas Palavras

As vezes precisamos chorar para liberar certas angústias do coração, que até mesmo nos sufocam o peito dificultando a respiração.
Viver ansioso é oscilar entre momentos em profunda depressão e aquelas alegrias inóspitas. Afogar os pensamentos às letras que é sua melhor amiga em todas as ocasiões, tendo em vista a solidão vivida, hora pela qual você busca as palavras e elas parecem fugir, ou mesmo escapar para dentro de si mesmo criando uma autovisão invisível do seu próprio eu. Alívio torrencial, tendo em vista que ao acordar o mundo ainda te olhará atravessado e o ânimo outra vez se desfaz.

sábado, 15 de maio de 2010

O que realmente você acha importante?

Há quem diga que não nada mais importante no mundo que dormir, do que madrugar, do que beber, fumar, trabalhar, correr, pular. Mas, o que realmente é importante? Posso sim te afirmar que não uma definição do que pode ser importante, já que fazemos e damos a importância àquilo que fazemos, vivemos. Há sim metas que devem ser seguidas, já que são impostas por uma sociedade. Como seria se certas coisas não fossem impostas pela sociedade a qual vivemos?
Se o mundo não precisasse se vestir?
Se você não precisasse trabalhar?
Se você não precisasse se maquiar, se arrumar, se pentear?
Se não precisássemos enfrentar fila?
Se não existissem regras?
Pense..
O mundo é uma cadeia que vive sistematicamente.
Se não precisássemos nos vestir, por si só o caos já estaria instalado;
Se não precisássemos trabalhar, o mundo viraria uma terra sem lei, uma terra sem saúde, sem educação;
Se não precisássemos nos arrumar, quem elogiaríamos?
Se não precisássemos enfrentar filas diárias, seríamos uma sociedade sem ordem, e consequentemente sem lei. Mas, o que você realmente acha importante nesse mundo? Ser um anônimo, escondido dentro do seu próprio eu, ou ser um contribuinte ao globo?

terça-feira, 11 de maio de 2010

Costume de Avó

"Nessa circunstância há tempos que não escrevo, confesso. Obtive algumas histórias, mas, há chamas dentro da gente que precisam ser reacesa para que voltemos a produzir, não somente produzir, mas, escrever com qualidade cujas letras merecem."

Dizem que muitos tomam chá, seja lá do que for, para alguma finalidade, seja ele: a insônia, como calmante, para emagrecer, entre outros. Cresci com a minha avó, vendo seus costumes e hábitos. Às 22h era a hora. O 'chá da noite', ou o 'chá das dez' é um desses hábitos que adquiri a partir dela. Quem nunca tomou um chá de cidreira? Pois é, nesse instante, acabo de tomar "aquele" chá de cidreira simplesmente saboroso. Às vezes fazem até falta aquele chá durante à noite para que durma melhor, se sinta bem. Há anos não tomava, porém, passei minha infância toda tomando, vai ver é por isso que sou assim, calmo, sereno e tranquilo. Mas espere! Está faltando algo para completar, ou melhor, para acompanhar o chá verde.
Opa! Não pode faltar a "bolachinha"! Seria um crime para os velhos hábitos tradicionais do 'chá das dez'. Hoje vou dormir como um anjo, para enfrentar um dia não tão corrido assim, no entanto, eu diria, movimentado.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O que dá a dramaticidade é o sangue

Meu pai tinha 7 anos quando plantarou uma muda de buriti e outra de tucumã. Ele cuidava delas como se fossem seus filhos e de fato eram. Porém o tucumã não cresceu muito inversamente ao Buriti que atingiu seus 22m, Tronco fino do tucumã revelava a sua fragilidade.
Mesmo assim, meu pai amava-as como ninguém. Dizia-me: Demorei tantos anos para levantar tais árvores que me orgulho de ter plantado-as quando moleque.
Hoje meu pai com 75 anos queria curtir a sua terceira idade com a minha mãe, já que ele por muito havia se dedicado ao trabalho de biólogo.

Certo dia, meu pai me chamou de canto e disse:
- Acho que está na hora de passar adiante a geração - Nem sequer entendi o que ele quis dizer, mas eu também amava as plantas se não tanto queanto ele, mas um começo de amor que também sei que ele sentiu aos 7 anos completados.
- Escolhe uma árvore para plantar- Eu fiquei abismado, por que ele dissera isso, afinal ele amava àquelas árvores mais até que o futebol.
- Pode escolher
- Quero uma açaizeira e guaraná! - disse todo empolgado

Como ele prometera, naquele mesmo lugar que viveu o seu tucumã e o seu buriti iria plantar o meu açai e o guaraná.
A primeira que foi derrubada foi o tucumã, por ser mais frágil, no entanto foi difícil por que elas vivia dentro do igarapé que ali passava, mas, ao ser quebrada, ela soltou uma substancia que parecia ser sangue. Meu pai pôs-se a chorar. Lembrando dos seus momentos com o tal tucumã e com o buriti. E colocaram-na em uma canoa. Pensei:
"O que dá a dramaticidade é o sangue"
Meu primo já sorria, feliz da vida por que iríamos comer açaí. Nesse mesmo instante, o espinho do tucumã pegou em meu calcanhar, foi uma dor de súplica do tucumã, ela simplesmente falava comigo, ou se você não acredita em tudo isso, foi simplesmente o espinho que caiu da árvore ao ser colocada na canoa e veio até mim por conta da correnteza do rio. Eu fico com a primeira.

Eutanásia é válida até com as plantas? Acredito que sim, aquele tucumã estava em fase terminal, não tinha jeito, muitas pragas havia atacado-o desgastando a árvore, assim como o buriti que precisava ser derrubado por conta de outras pragas. Só vim entender isso um pouco depois. E para dar o melhor para o meu açai e para o meu guaraná hoje sou biólogo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

"Auge"

Como poderia ser diferente se até nos livros que leio, nos filmes que vejo os romances acabam trágicamente?
Somos dotados de sentimentos mais fortes que os do livro, é bem verdade, vivemos intensamente cada dia. E por fim, tudo acaba.
Dói, dói muito e você navega pelos seus atos e só encontra erros e defeitos em tudo que você fez.
Chora, chora a ponto de soluçar, deita a cabeça no travesseiro e chora mais, procura conforto ao abraçar o inanimado travesseiro, mas nesse momento, apesar de inanimado, ele é o seu melhor amigo, seu melhor conselheiro. Lembra-se de quando era garoto, menino, moleque, danado, travesso, sonhando só em se apaixonar, vendo no espelho "simétrico" da sua família, que namorar é um sonho. Que só quer dizer aquelas palavras mágicas: "amor?" "Por que?" "Ah! Te amo!" - Em uma mistura sutil de homem apaixonado tornando-as mansas, marotas, doces. Porém, quando você cresce, tudo isso escorrega pelas suas mãos como em um rio de ilusão e ao mesmo tempo que seu mundo está completo, perfeitamente circulado de coisas que te fazem feliz, você perde tudo isso. Na intensidade sonhada, que te consome por dentro e te faz a pior pessoa do mundo. Você simplesmente é diluído, expremido em um liquidificador, que te tira o ânimo de ser quem você era: um sonhador.